
-
Barça eufórico e Real Madrid ferido voltam suas atenções para LaLiga
-
Trump promete aos americanos que política tarifária terá final feliz
-
Leo Beenhakker, ex-técnico do Real Madrid e da seleção holandesa, morre aos 82 anos
-
Conmebol investiga Palmeiras por gesto racista de torcedor na Libertadores
-
'Não estou bem', disse Maradona a um médico semanas antes de morrer
-
Alcaraz atropela Altmaier e avanças às quartas em Monte Carlo
-
TikTok impulsiona lucros da ByteDance antes de proibição iminente nos EUA
-
Tarifas adicionais de Trump sobre produtos chineses chegam a 145%
-
Conmebol pede para que Copa do Mundo-2030 seja disputada com 64 seleções
-
República Dominicana presta homenagem a Rubby Pérez, a voz do merengue
-
Congresso dos EUA abre a via para cortes fiscais de Trump
-
Conmebol investiga Palmeiras por gesto racista de torcedor na Libertadores
Conmebol investiga Palmeiras por gesto racista de torcedor na Libertadores
-
Papa faz visita surpresa à Basílica de São Pedro depois de encontrar Charles III
-
Profissionais dos transportes protestam contra extorsão no Peru
-
Congresso dos EUA adota resolução orçamentária que facilita agenda de Trump
-
Passam de 220 os mortos na tragédia em boate da República Dominicana
-
Mortos no desabamento de casa noturna na República Dominicana passam de 200
-
UE suspende contramedidas ao 'tarifaço' de Trump, mas tensão EUA-China persiste
-
Escândalo de agressões sexuais em colégio católico da França atinge primeiro-ministro
-
Inflação dos EUA caiu para 2,4% em março
-
Charles III e Camilla visitam o túmulo de Dante, pai da língua italiana
-
Grupo italiano Prada anuncia compra da sua rival Versace por € 1,25 bilhão
-
Excesso de peso, fiscalização frágil: por que a casa noturna na Rep. Dominicana desabou?
-
Filmes em competição no Festival de Cannes
-
Mortos no desabamento de casa noturna na República Dominicana superam 200
-
Demanda de eletricidade para centros de dados mais que dobrará por causa da IA
-
A guerra comercial entre China e Estados Unidos
-
Escola na Irlanda quer preservar tradição dos telhados de palha
-
'Nossos filhos estão em perigo', alertam famílias de reféns após retomada da ofensiva israelense em Gaza
-
Piloto trans processa influenciador que a vinculou com acidente em Washington
-
Sobrevivente relata ataque israelense que matou 15 socorristas em Gaza
-
Mostra oficial de Cannes terá Jafar Panahi, Wes Anderson, Julia Ducournau, Jean-Pierre e Luc Dardenne
-
Kleber Mendonça Filho disputará a Palma de Ouro em Cannes com 'O Agente Secreto'
-
China defende diálogo para acordo com EUA; Bolsas disparam com pausa tarifária de Trump
-
Trump assina ordem executiva para aumentar pressão da água nos chuveiros
-
Vaticano publica foto do papa Francisco ao lado de Charles e Camilla
-
Bolsas asiáticas e europeias disparam após pausa tarifária de Trump
-
República Dominicana encerra buscas após colapso de casa noturna que deixou 184 mortos
-
Palmeiras vence Cerro Porteño (1-0) e é líder isolado do Grupo G da Libertadores
-
Líderes latinos prometem união frente a guerra comercial dos EUA
-
Flamengo perde para Central Córdoba (2-1) no Maracanã pela 2ª rodada da Libertadores
-
Mau tempo impede Amazon de lançar primeiros satélites de sua constelação de internet
-
Com 2 gols de Messi, Inter Miami vence Los Angeles FC de virada na Copa dos Campeões da Concacaf
-
Resolução orçamentária de Trump atrasa na Câmara em meio a oposição republicana
-
Israel afirma que se apoderou de 'vastos setores' de Gaza
-
As tarifas de Trump por país e setor
-
Bahia vence Nacional (1-0) no Uruguai e é líder provisório do Grupo F da Libertadores
-
República Dominicana encerra buscas após colapso de casa noturna que deixou 124 mortos
-
Ex-funcionária acusa Meta de ocultar colaboração com a China
-
Congressistas republicanos ameaçam atrasar orçamento de Trump

Sabores da terra natal, o cordão umbilical dos migrantes
Laura Linares sente falta dos amigos e familiares na Venezuela, de onde saiu há cinco anos, mas quando prepara "turmada" sente que a casa da família foi levada para o México. O prato, com o qual ganhou um concurso culinário, é sinônimo de felicidade para ela.
Para Laura e muitos outros migrantes que buscam uma vida melhor, a comida de sua terra natal tem um ingrediente emocional que os conecta com o que mais amam.
"Quero me sentir perto da minha família, da minha avó, dos momentos importantes", diz Linares à AFP, enquanto cozinha turmada em seu pequeno apartamento na Cidade do México.
Ela migrou para lá, devido à crise venezuelana e para fazer um mestrado em linguística.
Com essa receita, a jovem de 29 anos, natural da cidade andina de San Cristóbal, foi uma das vencedoras em março do concurso internacional Sabores Migrantes Comunitários, organizado pela IberCultura Viva, um programa de cooperação técnica e financeira entre governos da região, presidido pelo México.
Trata-se de um ensopado de batatas típico dos Andes venezuelanos, sem a fama da arepa, das hallacas, ou do pabellón de seu país, mas igualmente apetitoso e cativante. Inclui leite, no qual as batatas são cozidas, cebolinha em porções generosas, queijo e ovo cozido.
- Ritual -
Embora a turmada seja um prato para compartilhar, Linares conta que nunca pensou em "tirá-lo da cozinha" de sua casa na Venezuela. Mas o que ela ia fazer “mantendo aquela receita em um lugar que não era mais dela?", expôs em sua candidatura.
A palavra turmada vem de turma, "batata" na língua dos indígenas timoto-cuicas. A jovem se virou para encontrar no México as batatas, o queijo e a manteiga mais parecidos com os que sua avó usava.
Para ela, foi uma forma de se reconciliar com sua realidade. Migrar, como fizeram sete milhões de seus compatriotas nos últimos anos, não foi fácil, ainda que no México tenha experimentado novamente maçãs, um dos muitos produtos escassos, ou impagáveis, em seu país.
"No primeiro ano, passa-se por um estado de depressão", afirma a coautora de "El Carrito Venezolano", um livro fotográfico de produtos que compõem a identidade culinária venezuelana.
Para enfrentar os altos e baixos emocionais, Linares começou a preparar pratos "crioulos", em uma referência aos descendentes de europeus nascidos na América hispânica. Entre essas essas iguarias, estão o bolo de banana e os bolinhos temperados à base de farinha de milho com refogado de cebola, pimentão e pimenta doce.
"Comecei a fazer receitas como rituais" e como uma forma de "trazer minha casa", lembra.
Isso também ajudou Laura a formar uma comunidade, cozinhando para novos amigos, aos quais diz: "Existem a arepa e os tostones (frituras de banana verde achatadas), e a praia venezuelana é muito legal, mas eu sou de um lugar que é muito frio, a cordilheira andina, e existem esses pratos que ninguém conhece e que não vão encontrar em um restaurante venezuelano aqui".
Cerca de 340.000 estrangeiros se estabeleceram no México em 2022, em um contexto de migração em massa para os Estados Unidos, segundo dados oficiais.
- Volta às origens -
O México seduz paladares com um vasto mosaico de pratos, alguns com preparações pré-hispânicas como o mole, feito durante dias com pimentões, especiarias, sementes e chocolate. Ainda assim, não diluem a nostalgia dos migrantes pelas receitas de casa.
Essas evocações fazem parte de um "processo identitário que se forja desde que nascemos", explica à AFP o guatemalteco Edizon Muj Cumes, pesquisador de sistemas alimentares de povos ancestrais.
Quando "estamos em outro território, experimentamos outras comidas, mas sempre voltamos à origem da nossa alimentação, aquela que nossas mães nos davam para sentir todo esse vínculo", comenta Muj, de 27 anos, membro da comunidade maia kaqchikel, de Semetabaj (Guatemala).
Ele comprovou isso quando cursou um mestrado no México e ganhou dinheiro vendendo tamales aos seus conterrâneos com grande sucesso.
Em frente a um abrigo para migrantes na capital mexicana, uma cena evidencia esse cordão umbilical: um grupo de haitianos se aglomera em torno de um compatriota que vende frango.
Com o valor da porção (equivalente a 5,5 dólares, ou 27,4 reais), eles poderiam comprar até oito tacos mexicanos. Mas o frango está temperado como se faz na ilha.
"Me vieram (à mente) meu país, minha cidade, minha vila", corrobora José Bustillos, um venezuelano de 45 anos que chorou quando voltou a comer arepa quase dois meses e meio depois de deixar seu país.
A.Clark--AT