Arizona Tribune - Países da bacia do Mediterrâneo combatem incêndios e o calor

Países da bacia do Mediterrâneo combatem incêndios e o calor
Países da bacia do Mediterrâneo combatem incêndios e o calor / foto: Angelos Tzortzinis - AFP

Países da bacia do Mediterrâneo combatem incêndios e o calor

Uma nova alta das temperaturas ameaça a Grécia nesta quarta-feira (26) e os países da região mediterrânea, onde os incêndios e tempestades continuam causando estragos com perdas humanas e ambientais.

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Na Grécia as chamas continuam assolando as ilhas de Rodes, Corfu e Eubeia e já deixaram três mortos, em uma das ondas de calor mais longas já enfrentadas pelo país.

Na Itália, pelo menos cinco pessoas morreram devido às tempestades violentas no norte e fortes incêndios na Sicília, que podem levar o governo a declarar estado de emergência nas áreas mais afetadas.

Os corpos carbonizados de dois idosos foram encontrados dentro de uma casa destruída pelas chamas e uma mulher de 88 anos morreu perto de Palermo, informou a imprensa local nesta terça.

Na Croácia, um incêndio foi declarado nesta quarta perto da turística localidade de Dubrovnik. Na ilha francesa de Córsega, os bombeiros combateram um incêndio na noite de terça, mas a situação melhorou nesta manhã.

As chamas que se propagaram no nordeste da Argélia foram extintas nesta quarta, após deixarem 34 mortos.

Também houve incêndios em Portugal, na orla do Atlântico, onde oito bombeiros ficaram feridos e centenas trabalhavam nesta quarta no arredores de Sintra, popular destino de férias ao noroeste de Lisboa.

- Megatonelada de emissões de carbono na Grécia-

Os cientistas do grupo World Weather Attribution (WWW) consideram que as ondas de calor que afetaram algumas áreas da Europa e América do Norte este mês teriam sido quase impossíveis sem as mudanças climáticas provocadas pela ação humana.

"As recentes ondas de calor já não são acontecimentos excepcionais" e as que virão "serão ainda mais intensas e frequentes se não forem rapidamente reduzidas as emissões" de gases de efeito estufa, indicaram os pesquisadores.

As consequências são graves: o observatório do planeta da União Europeia, Copernicus, indicou nesta quarta que as emissões provocadas pela fumaça dos incêndios na Grécia são as mais altas registradas neste período nos últimos 21 anos.

Entre 1° e 25 de julho, um total estimado de 1 megatonelada de emissões de carbono foi produzido no país, segundo o observatório.

- Até 45° -

Após uma trégua na segunda-feira, na terça houve um novo pico de calor e para esta quarta eram esperados "45 °C" no centro e sul da Grécia "antes de baixar 5 graus" na quinta, segundo o serviço meteorológico nacional, EMY.

Em Ática, no arredores de Atenas, o termômetro deve alcançar "entre 43 °C e 44 °C", segundo a mesma fonte.

A turística Acrópole, em Atenas, fechou nesta quarta às 11h locais (5h em Brasília) devido às altas temperaturas, informou o Ministério da Cultura. Todos os sítios arqueológicos da Grécia fecharam nesta quarta durante as horas mais quentes do dia.

- Luto -

"Perderam a vida salvando vidas", declarou o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.

O Estado-Maior grego declarou três dias de luto. O corpo carbonizado de uma terceira vítima também foi encontrado na ilha.

Um total de 266 bombeiros, apoiados por três helicópteros e dois aviões, tentam conter o fogo que arde pelo nono dia consecutivo em Rodes, onde milhares de turistas foram evacuados no fim de semana.

Habitantes desta ilha, principalmente do sul, reclamam da situação. "Uma semana sem eletricidade, água e telefone", se queixa Vassilis, que não quis revelar seu sobrenome.

Ruas desertas, restaurantes e comércios fechados... a costa vive ao som de caminhões de bombeiros e veículos de voluntários.

Em Corfu, 62 bombeiros, dois aviões e dois helicópteros combatem o fogo que começou no fim de semana.

No oeste de Peloponeso, 140 bombeiros e um helicóptero lutam também contra um incêndio florestal.

Enquanto imagens das florestas e vegetação carbonizadas comoviam a Grécia, Kyriacos Mitsotakis considerou na terça-feira que o combate aos incêndios seria "difícil".

A.Williams--AT