- Mediterrâneo perdeu 70% de sua água há 5,5 milhões de anos
- Músico e produtor americano Quincy Jones recebe Oscar póstumo
- França pode bloquear acordo comercial entre UE e Mercosul?
- América Latina na mira do primeiro hispânico à frente da diplomacia dos EUA
- Uruguaio Rodrigo Bentancur suspenso por sete jogos por comentário racista
- ONU pede fim do 'teatro' nas negociações do clima na COP29
- Rússia afirma que EUA inflama conflito ao permitir que Ucrânia utilize seus mísseis
- Beirute fecha escolas após bombardeios israelenses
- Da Espanha à Polônia, a firme oposição dos agricultores da UE a um acordo com o Mercosul
- EUA autoriza Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia
- Poluição recorde provoca fechamento de escolas e restrições ao tráfego na Índia
- Agricultores franceses protestam contra acordo com Mercosul
- Ciclone deixa oito mortos nas Filipinas
- COP29 tem cinco dias para alcançar acordo de financiamento do clima
- Trump anuncia Brendan Carr como diretor da Comissão Federal de Comunicações
- Clima, guerras, Trump: G20 sob pressão na abertura da cúpula no Brasil
- Bombardeios israelenses no Líbano e Gaza matam dezenas, incluindo porta-voz do Hezbollah
- Na Amazônia, Biden pede proteção à floresta e desafia Trump
- Inglaterra volta à 1ª divisão da Liga das Nações, França bate Itália
- EUA autoriza Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra Rússia
- França vence Itália (3-1) e termina em 1º do grupo na Liga das Nações
- 'O diabo está nos detalhes', diz Von der Leyen sobre acordo Mercosul-UE
- Sara perde força e vira depressão tropical após deixar um morto e milhares de afetados em Honduras
- ONG registra 131 libertações de detidos durante protestos pós-eleições na Venezuela
- Inglaterra goleia Irlanda (5-0) e sobe para 1ª divisão da Liga das Nações
- Número 1 do mundo, Sinner é campeão do ATP Finals
- Ucrânia aplica restrições ao consumo de energia após intenso ataque russo
- Papa pede investigação sobre ‘genodício’ em Gaza
- Biden chega a Manaus para visita histórica à Amazônia
- Bombardeios israelenses matam dezenas no Líbano e em Gaza, incluindo porta-voz do Hezbollah
- Macron defende agricultores franceses e acordos climáticos durante reunião com Milei
- Alemães Krawietz e Pütz são campeões do ATP Finals nas duplas
- Opositores russos se manifestam em Berlim contra Putin e guerra na Ucrânia
- Bela Karolyi, treinador de Nadia Comaneci, morre aos 82 anos
- Boicote dos palestinos impulsiona venda de refrigerante local na Cisjordânia
- Em Buenos Aires, Macron presta homenagem a vítimas da ditadura argentina
- Israel prossegue com bombardeios no Líbano e em Gaza
- Ucrânia denuncia ataque russo em larga escala contra sistema de energia
- Trump retorna ao Madison Square Garden de modo triunfal para evento do UFC
- Dinamarquesa Victoria Kjaer vence o Miss Universo
- 迪拜棕榈岛索菲特美憬阁酒店: 五星級健康綠洲
- Biden visita a Amazônia em meio a temores com retorno de Trump ao poder
- Venezuela liberta 225 detidos nos protestos pós-eleições, anuncia MP
- The Retreat Palm Dubai MGallery by Sofitel: Пятизвездочный велнес-оазис
- Retreat Palm Dubai MGallery by Sofitel: Um oásis de bem-estar de cinco estrelas!
- Xi Jinping diz a Biden que China está pronta para trabalhar com o governo de Trump
- Antes do G20, Lula defende 'voz das ruas' sobre 'voz dos mercados'
- Quase 100 detidos nos protestos pós-eleições na Venezuela são soltos e MP promete 225
- Holanda goleia Hungria (4-0) e avança às quartas da Liga das Nações
- Alemanha atropela Bósnia (7-0) e garante liderança do grupo na Liga das Nações
Com as portas dos EUA fechadas, migrantes haitianos optam pelo 'Sonho Mexicano'
Durante uma conversa com seu pai, Evens faz uma brincadeira perguntando se sua mãe o alimenta bem, e também sobre a situação no Haiti. No México, ele teme não poder fazer nada caso sua família esteja em perigo.
Apesar do sonho em viver nos Estados Unidos, os obstáculos para chegar ao país o levaram a optar pelo "Mexican dream" (sonho mexicano), um termo adotado por ativistas para definir a decisão de milhares de migrantes de ficarem no México diante da impossibilidade de cruzar a fronteira.
Evens Luxama, de 34 anos, está mais preocupado com a situação de seus familiares do que em contar sobre sua vida na Cidade do México.
"Sabe, filho, muitos problemas", resume seu pai por meio de uma chamada de vídeo, no empobrecido país caribenho.
Evens sabe do que seu pai está falando: em janeiro de 2023, uma gangue sequestrou sua prima e a irmã de sua namorada, que foram libertadas após o pagamento de um resgate. Esse episódio precipitou sua ida ao México, onde trabalha atualmente como editor em uma produtora de vídeo.
- Oportunidade -
Evens é uma das 141.000 pessoas que pediram refúgio no México em 2023 - um número sem precedentes. A maioria foram migrantes do Haiti, Honduras e Cuba, especialmente trabalhadores dos setores de construção e comércio, muitas vezes mal remunerados.
A decisão de arriscar no México aconteceu porque era a única embaixada aberta em Porto Príncipe disponível para tirar um visto. E, em sua opinião, é "o país que oferece, neste momento, uma oportunidade como nenhum outro".
Muitos de seus compatriotas também chegaram fugindo da criminalidade, que aumentou após o assassinato do presidente Jovenel Moise, em 2021.
Com 4.789 vítimas, o número de homicídios no Haiti aumentou 119,4% em 2023, enquanto o de sequestros subiu 83%, segundo um relatório da ONU, que em outubro autorizou o envio de uma missão internacional para pacificar o país.
"Às vezes, sua família chama para te pedir algo (...), eles se sentem ameaçados, e você está aqui e não pode fazer nada. Mesmo se estivesse no Haiti, você não poderia fazer nada", comenta Evens para a AFP.
"É quase impossível viver no Haiti (...). Muito antes [do assassinato de Moise] já havia problemas, mas as coisas pioraram porque é como se não houvesse governo", descreve.
- "Sonho Mexicano" -
A migração haitiana para o México não é nova. Em setembro de 2021, após um terremoto mortal, milhares de migrantes se aglomeraram em Ciudad Acuña (nordeste) enquanto esperavam cruzar para os Estados Unidos, protagonizando cenas dramáticas de agentes americanos os perseguindo a cavalo.
As comunidades haitianas em Tijuana (noroeste) e Tapachula (sul, na fronteira com a Guatemala) já existiam, e concentravam milhares de pessoas em busca de permissões para transitar pelo México em direção aos Estados Unidos.
A presença deles na capital é, entretanto, mais recente. Os mexicanos "querem tocar seu cabelo, falar com você, querem saber o que você come e se gosta da comida mexicana", conta Evens.
Dezenas de seus compatriotas vivem desempregados em barracas, em uma praça no bairro central de Juárez, ao lado de uma construção de apartamentos de luxo.
Embora os Estados Unidos tenham criado o Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), que concede permissões de residência e trabalho a milhares de haitianos, o programa beneficia apenas aqueles que chegaram ao país antes de 6 de novembro de 2022.
Para o diretor no México da ONG International Rescue Committee, Rafael Velásquez, os haitianos optaram pelo "mexican dream" (sonho mexicano) diante das mudanças nas regulamentações americanas e da militarização da fronteira.
"Quando percebem que não vão conseguir cruzar (...) começamos a ver cada vez mais" migrantes que decidem "fazer sua vida no México", explica o pesquisador do Instituto Tecnológico de Monterrey, Javier Contreras.
Com a migração como um dos eixos da campanha nos Estados Unidos, o presidente e candidato à reeleição Joe Biden endureceu algumas leis, mas isso não impediu as travessias ilegais.
Em dezembro passado, 302.000 interceptações de migrantes na fronteira foram contabilizadas, enquanto 520.000 foram expulsos entre maio de 2023 e janeiro de 2024.
- Realismo -
Em uma rua da capital, cinco haitianos perfuram a calçada para instalar tubulações perto de um cinema abandonado.
Jony, o único que fala espanhol, é o elo entre os empregadores e o restante dos trabalhadores, que falam crioulo haitiano e distribuem sorriso para quem os olha. Ele faz parte de uma onda de conterrâneos que chegou primeiro ao Brasil, após o terremoto de 2010, que deixou mais de 300.000 mortos no Haiti.
Muitos deles, que também desembarcaram no Chile, seguiram para o norte durante a pandemia, após denúncias de discriminação e dificuldades para obter status legal, de acordo com a Human Rights Watch.
Mesmo que seu foco inicial fosse chegar aos Estados Unidos, Jony preferiu o México porque "é mais fácil voltar um dia para o Haiti".
Ele viaja várias horas por dia de metrô até seu local de trabalho e, às vezes, passa dias esperando que lhe paguem o salário.
"Eu sei que quero estar com minha família e fazer todo o possível para sermos felizes, alcançar nossos sonhos juntos, mesmo que seja no México", pontuou.
R.Chavez--AT