Arizona Tribune - Dinamarca desmantela pontos de venda de cannabis em bairro 'hippie' de Copenhague

Dinamarca desmantela pontos de venda de cannabis em bairro 'hippie' de Copenhague
Dinamarca desmantela pontos de venda de cannabis em bairro 'hippie' de Copenhague / foto: Liselotte Sabroe - Ritzau Scanpix/AFP/Arquivos

Dinamarca desmantela pontos de venda de cannabis em bairro 'hippie' de Copenhague

A polícia dinamarquesa desmantelou, neste sábado (6), os pontos de venda livre de cannabis em Christiania, um bairro do centro de Copenhague que já foi libertário e 'hippie', mas que agora está associado à violência do tráfico de drogas.

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Em agosto, os moradores decidiram que uma das ruas do bairro, chamada Pusher Street e conhecida por suas barracas de haxixe, tinha de ser fechada depois de um assassinato, o quarto em três anos, colocar fim à imagem de comunidade pacífica de Christiania.

Pusher Street "deteriorou-se, tornando-se um local muito desagradável, os traficantes lutam entre si e contra as pessoas, são violentos", lamenta Hulda Mader, representante dos moradores.

A polícia já havia destruído os pontos de vendas em diversas ocasiões, mas eles ressurgiram.

"Vamos remover todas as lojas de cannabis. É a nossa primeira tarefa da manhã. Depois vamos garantir que a área esteja calma", explica Simon Hansen, chefe da polícia de Copenhague.

Para Mader, de 70 anos e que vive no bairro desde 1994, é importante que a maioria dos moradores apoiem a mudança.

"O compromisso [dos moradores] é crucial. É a primeira vez que eles se unem e adotam uma postura contra o crime e a insegurança que assolam o seu bairro", afirma a prefeita de Copenhague, Sophie Haestorp Andersen.

- Libertar-se das facções -

Em 1971, os hippies fundaram a "cidade livre de Christiania" em um antigo quartel abandonado, uma comuna que, segundo seus estatutos, "pertence a todos e a ninguém" e onde todas as decisões, ainda hoje, são tomadas de forma conjunta.

Neste território de 34 hectares, a venda e o consumo de cannabis são proibidos, mas tolerados, o que incentiva o tráfico de drogas e o surgimento de facções criminosas.

"Há cinco ou dez anos, os traficantes eram principalmente locais, mas agora as facções controlam o mercado de drogas", diz Hansen.

Em agosto de 2023, os moradores bloquearam o acesso de não residentes à área, visitada por mais de meio milhão de turistas todos os anos, "na esperança de libertar Christiania da tirania dos facções", contou a prefeita.

Em 2023, a polícia, que não fornece números sobre as quantidades de droga apreendidas, deteve cerca de 900 pessoas associadas ao tráfico de drogas no bairro.

Com este "novo capítulo, pretendem limpar a rua e torná-la bonita. Vamos pintar e reconstruir os edifícios. Queremos estar ligados à arte, à cultura, ao teatro, como antes. Um local muito agradável onde as pessoas vêm e relaxam", afirma Mader.

Com o esperado fim do tráfico de drogas, a comunidade quer apostar no retorno da imagem idílica da cidade e em sua vitalidade artística.

Também está prevista a construção de alojamentos para cerca de 300 pessoas, um projeto cujas modalidades ainda não estão finalizadas mas que deverá atrair famílias com crianças.

Atualmente, 25% da população de Christiania tem mais de 60 anos.

A.Taylor--AT