Arizona Tribune - Presidente do México pede investigação sobre acidente em comício que deixou nove mortos

Presidente do México pede investigação sobre acidente em comício que deixou nove mortos
Presidente do México pede investigação sobre acidente em comício que deixou nove mortos / foto: Julio Cesar AGUILAR - AFP

Presidente do México pede investigação sobre acidente em comício que deixou nove mortos

O presidente do México disse nesta quinta-feira (23) que se deve investigar o desabamento do palco durante um comício do partido Movimento Cidadão, terceiro colocado nas pesquisas para as eleições presidenciais, incidente que provocou a morte de nove pessoas e dezenas de feridos.

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“Sabemos que eles (os membros desse partido) não têm culpa, eles fazem as suas ações como todos os outros agora que há campanhas. De todo modo, a autoridade (judicial) tem que investigar”, declarou López Obrador em sua habitual coletiva de imprensa matinal.

O presidente acrescentou que a maioria das vítimas eram mulheres, sem dar mais detalhes. Há uma criança entre os mortos.

O evento de campanha ocorria na noite de quarta-feira no estado de Nuevo León, no norte do país, com a presença do candidato presidencial do Movimento Cidadão, Jorge Álvarez Máynez.

Em um vídeo publicado na madrugada desta quinta-feira em suas redes sociais, Álvarez Máynez disse que não havia como prever a “ventania que deve ter durado no máximo cinco minutos”.

“Não houve nenhum fenômeno climático previsível como se especula”, esclareceu Álvarez Máynez.

O acidente deixou 78 hospitalizados, dos quais 40 já receberam alta, informou o governo de Nuevo León.

As outras candidatas à presidência do México, Claudia Sheinbaum, grande favorita para garantir a manutenção da presidência com o partido de esquerda no poder, e sua opositora de centro-direita, Xóchitl Gálvez, lamentaram a tragédia.

- Atos de campanha suspensos -

Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento em que as torres que eram a base de sustentação do cenário desabaram devido a um vendaval e um telão caiu no palco onde estavam Álvarez Máynez e outros candidatos do Movimento Cidadão (centro).

Álvarez Máynez, 38 anos, está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2 de junho. As pessoas que o acompanhavam no comício conseguiram escapar depois que correram para sair do palco.

O acidente aconteceu durante a noite em San Pedro Garza, na zona metropolitana da cidade industrial de Monterrey, Nuevo León.

O evento era o encerramento de campanha da candidata do Movimento Cidadão à prefeitura de San Pedro, Lorenia Canavati, que era acompanhada por Álvarez Máynez. Candidatos ao Senado e à Câmara dos Deputados também estavam no comício.

"Estou bem e em comunicação com as autoridades do estado para acompanhar o ocorrido. A única coisa importante neste momento é prestar atendimento às vítimas", escreveu Álvarez Máynez na rede social X.

O candidato acrescentou que os membros da sua equipe que ficaram feridos estão recebendo tratamento. Seu partido suspendeu todos os eventos de campanha.

"Não é momento de pensar em outra atividade", afirmou o Álvarez Máynez nesta quinta-feira.

José Juan, que compareceu ao comício, relatou como a estrutura desabou de maneira repentina sobre os candidatos e o público.

"Desabou de repente, me atingiu na cabeça e eu desmaiei. O restante foi pura histeria, puro pânico", declarou à Televisa.

- Notoriedade crescente -

Álvarez Máynez ganhou notoriedade por sua presença nas redes sociais e por seu desempenho nos debates presidenciais obrigatórios, nos quais tentou projetar uma imagem independente, evitando os ataques pessoais às candidatas favoritas.

Próximo do governador de Nuevo León, que também pertence ao Movimento Cidadão, ele era deputado federal antes de anunciar a candidatura à presidência.

Nos últimos dias, os partidos da oposição exigiram que ele desistisse da candidatura e declarasse apoio a Gálvez, mas ele não aceitou a pressão.

O México terá as maiores eleições de sua história em 2 de junho, quando o país votará para presidente, nos congressistas, nove de 32 governadores e milhares de outros cargos locais.

Mais de 20.000 cargos estão em disputa, em uma campanha marcada pela violência do crime organizado, com mais de 30 candidatos assassinados desde 23 de setembro do ano passado, quando o processo eleitoral começou, segundo a organização Data Cívica.

F.Wilson--AT