Arizona Tribune - Polícia mata suspeito de planejar atentado contra consulado israelense em Munique

Polícia mata suspeito de planejar atentado contra consulado israelense em Munique
Polícia mata suspeito de planejar atentado contra consulado israelense em Munique / foto: Lukas Barth-Tuttas - AFP

Polícia mata suspeito de planejar atentado contra consulado israelense em Munique

A polícia alemã matou, nesta quinta-feira (5), um homem suspeito de planejar um "atentado terrorista" contra o consulado de Israel em Munique, no mesmo dia em que se relembra a tomada de reféns durante os Jogos Olímpicos de 1972, na qual morreram onze atletas israelenses.

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"Presume-se que se tratou de um ataque terrorista ligado ao consulado geral do Estado de Israel" em Munique, indicou a polícia da Baviera em um comunicado conjunto com o Ministério Público.

A polícia abriu fogo e matou o suspeito depois de ele disparar várias vezes com um rifle, informaram as autoridades locais. Ninguém mais ficou ferido, detalharam.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, "expressou seu horror" na rede social X, descrevendo o incidente como um "ataque terrorista".

A polícia alemã descreveu o suspeito como um jovem austríaco de 18 anos.

Mais tarde, a polícia austríaca informou que o jovem, morador na região de Salzburgo, era "suspeito de ter se radicalizado no plano religioso e de se interessar por explosivos".

A polícia começou a investigá-lo em fevereiro de 2023, depois de ter ferido colegas de classe.

Também foi "acusado de participar de um grupo terrorista", pelo qual o teriam proibido de ter armas, acrescentou a polícia, que disse ter encerrado as investigações em abril do mesmo ano.

Segundo a revista alemã Der Spiegel e o jornal austríaco Standard, a polícia havia investigado no ano passado esse jovem por fazer propaganda para a organização jihadista Estado Islâmico (EI). A investigação, no entanto, foi encerrada, afirmam.

Segundo o Der Spiegel, o suspeito viajou de carro da Áustria até Munique, onde foi abatido pela polícia.

- "Aumento do antissemitismo" -

Por volta das 9h locais (4h de Brasília), policiais que faziam a segurança do consulado geral de Israel em Munique e de outros edifícios próximos, incluindo um museu sobre o nazismo, avistaram o suspeito, que portava um modelo antigo de carabina que foi transformada em uma baioneta.

De acordo com a polícia, o suspeito abriu fogo e os agentes responderam e o mataram.

"Este incidente demonstra o quão perigoso é o aumento do antissemitismo. É importante que a opinião pública se oponha energicamente a ele", enfatizou a cônsul israelense em Munique, Talya Lador-Fresher, em uma declaração enviada à AFP.

A Alemanha, assim como muitos países ao redor do mundo, tem experimentado um ressurgimento do antissemitismo desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

Segundo as autoridades alemãs, o ataque de quinta-feira esteve "provavelmente" ligado ao fato de que no mesmo dia se relembra a sangrenta tomada de reféns de 5 de setembro de 1972 por uma milícia palestina, resultando na morte de onze atletas israelenses, além de um policial e cinco sequestradores.

- "Ato muito grave" -

A polícia de Munique isolou toda a área ao redor do museu sobre o nazismo e do consulado israelense.

Também enviou um helicóptero para apoiar a operação.

Segundo a polícia, a arma utilizada pelo suspeito é um modelo antigo.

A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, qualificou o incidente como um "ato muito grave" e assegurou que "a proteção dos estabelecimentos judeus e israelenses é uma prioridade absoluta".

A situação levou ao cancelamento de uma cerimônia em homenagem às vítimas de 1972 em Fürstenfeldbruck, onde foram mortos os atletas israelenses.

O centro de documentação sobre o nazismo confirmou que houve uma intervenção policial, mas não forneceu detalhes.

Este museu, chamado NS-Doku e em funcionamento desde 2015, está localizado na antiga Casa Marrom, que era a sede do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), o Partido Nazista.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, o aumento de crimes antissemitas preocupa especialmente na Alemanha, um país onde, em razão do Holocausto, o apoio a Israel é um assunto de Estado.

Em 2023, foi registrado um número recorde de crimes antissemitas, 5.164, em comparação com 2.641 em 2022, segundo os serviços de inteligência alemães.

L.Adams--AT