Arizona Tribune - Combates em Jenin no 4º dia da operação israelense na Cisjordânia ocupada

Combates em Jenin no 4º dia da operação israelense na Cisjordânia ocupada
Combates em Jenin no 4º dia da operação israelense na Cisjordânia ocupada / foto: RONALDO SCHEMIDT - AFP

Combates em Jenin no 4º dia da operação israelense na Cisjordânia ocupada

O norte da Cisjordânia foi devastado por combates neste sábado (31), no quarto dia de uma operação israelense em grande escala neste território ocupado onde os palestinos dizem viver "dias sombrios".

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Em Gaza, apesar dos enfrentamentos e dos bombardeios israelenses, começou uma campanha de vacinação contra a poliomielite, depois de este território devastado pelo conflito ter registrado o seu primeiro caso da doença em 25 anos.

Em paralelo à ofensiva em Gaza, o Exército de Israel lançou uma grande operação na Cisjordânia na quarta-feira, com bombardeios e ataques blindados em Jenin, Nablus, Tubas, Tulkarem e em acampamentos de refugiados, onde grupos armados que combatem Israel têm uma presença notável.

"É difícil, é muito difícil para as crianças e todos estão com medo, estamos aterrorizados, vejam a destruição", disse Faiza Abu Jaafar, uma mulher de 82 anos que vive em Jenin, na Cisjordânia. "Estamos vivendo dias sombrios", acrescentou.

As incursões militares israelenses são comuns na Cisjordânia, mas é incomum que ocorram em várias cidades ao mesmo tempo. No entanto, a violência se intensificou desde o início da guerra na Faixa de Gaza.

"Acho que é o pior dia desde o início do ataque. Ouvimos confrontos e, às vezes, grandes explosões", disse à AFP Wissam Bakr, diretor do hospital público de Jenin.

O Exército israelense indicou neste sábado que "eliminou" durante a madrugada dois palestinos que planejavam realizar ataques com explosivos perto dos assentamentos de colonos israelenses na Cisjordânia.

"Um terrorista tentou realizar um ataque com carro-bomba" perto de um assentamento de Guzh Etzion e outro foi capturado após ter "se infiltrado em Karmei Zur", mais ao sul, disse a força armada.

Tanto o Hamas, que governa Gaza desde 2007, como o seu aliado Jihad Islâmica aplaudiram a ação dos palestinos.

Segundo o Ministério da Saúde palestino, pelo menos 20 palestinos morreram na Cisjordânia pelo Exército israelense desde quarta-feira. A maioria era combatente, segundo o Hamas e a Jihad Islâmica.

O Exército israelense, por sua vez, afirmou ter matado "20 terroristas".

- Pausas humanitárias -

Em Gaza, apesar dos estragos da guerra entre as forças israelenses e o Hamas, desencadeada em 7 de outubro pelo ataque do movimento islamista palestino no sul de Israel, teve início uma campanha de vacinação contra a poliomielite.

A Organização Mundial da Saúde afirmou que Israel concordou em implementar "pausas humanitárias" de pelo menos três dias em vários pontos de Gaza, para facilitar uma campanha de vacinação que começou neste sábado e será realizada em grande escala no domingo.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, esclareceu durante a semana que essas "pausas" não constituem "um cessar-fogo".

Os pais de crianças que receberam a primeira dose de duas gotas – são necessárias duas doses com um mês de intervalo – disseram à AFP que temem epidemias.

Aid Abu Taha, 33 anos, trouxe seu filho de 11 meses. "Vim porque tenho muito medo por ele", disse ela, referindo-se a uma doença que pode causar deformidades, paralisia e até a morte.

A meta é imunizar mais de 640 mil crianças menores de 10 anos.

- Nove membros de uma família morrem em bombardeio -

A Defesa Civil de Gaza informou que recuperou 29 corpos dos escombros neste sábado. À noite, Israel bombardeou o acampamento de refugiados de Jabaliya, no norte do território.

As equipes de resgate transportaram os feridos para as ambulâncias. Outros procuravam possíveis desaparecidos nos escombros, segundo imagens da AFPTV.

Nove adultos da mesma família, incluindo duas mulheres, morreram no sábado quando a sua casa foi bombardeada no acampamento de refugiados de Nuseirat, no centro do território, disse à AFP Marwan Abu Nassar, médico do hospital Al Awda, para onde os corpos foram levados.

A guerra em Gaza, que mergulhou os 2,4 milhões de habitantes desse território numa situação humanitária catastrófica, eclodiu no dia 7 de outubro.

Naquele dia, milicianos islamistas do Hamas mataram 1.199 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.

Também raptaram 251 pessoas, das quais 103 permanecem cativas em Gaza, incluindo 33 declaradas mortas pelo Exército israelense. Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma vasta ofensiva de retaliação que já deixou 40.691 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território.

B.Torres--AT