Arizona Tribune - EUA acusa Irã de fornecer mísseis à Rússia e anuncia novas sanções

EUA acusa Irã de fornecer mísseis à Rússia e anuncia novas sanções
EUA acusa Irã de fornecer mísseis à Rússia e anuncia novas sanções / foto: Mark Schiefelbein - Pool/AFP

EUA acusa Irã de fornecer mísseis à Rússia e anuncia novas sanções

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou nesta terça-feira (10), durante uma visita ao Reino Unido, que o Irã forneceu mísseis à Rússia para serem usados "nas próximas semanas" na Ucrânia e anunciou novas sanções contra o governo de Teerã.

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"A Rússia recebeu entregas destes mísseis balísticos e provavelmente irá usá-los dentro de semanas na Ucrânia contra os ucranianos", disse Blinken em coletiva de imprensa em Londres, ao lado do ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy.

Blinken explicou que os Estados Unidos e os seus aliados pretendem impor estas novas sanções contra o governo de Teerã, em particular contra a companhia aérea nacional Iran Air.

O diplomata americano afirmou que a república islâmica seguiu em frente, apesar dos avisos do seu governo e que dezenas de soldados russos treinaram no Irã utilizando o míssil Fath-360, que tem um alcance de 120 quilômetros.

"Tínhamos alertado o Irã em privado que tomar esta medida constituiria uma escalada dramática", disse Blinken.

Na segunda-feira, a União Europeia garantiu que os aliados ocidentais têm "informações" sobre o fornecimento de mísseis balísticos iranianos à Rússia.

"O novo presidente e o novo ministro das Relações Exteriores do Irã afirmaram repetidamente que querem restabelecer o diálogo com a Europa. Querem que as sanções sejam reduzidas. Ações desestabilizadoras como estas terão exatamente o efeito oposto", alertou Blinken.

- Viagem conjunta à Ucrânia -

O diplomata americano e o ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, viajarão juntos "esta semana" para a Ucrânia, informou este último.

"Somos os aliados mais próximos, por isso estou muito satisfeito por estarmos viajando juntos, demonstrando o nosso compromisso com a Ucrânia", disse Lammy.

Por outro lado, Blinken descreveu como "injustificada" a morte de Aysenur Ezgi Eygi, de 26 anos, uma ativista turco-americana que foi morta a tiros pelo Exército israelense na Cisjordânia ocupada na semana passada.

Eygi pertencia ao Movimento Internacional de Solidariedade (ISM), uma organização pró-palestina, e estava em Beita para participar de uma manifestação semanal contra os assentamentos israelenses.

Blinken chegou a Londres na segunda-feira para se encontrar com Lammy e com o primeiro-ministro Keir Starmer nesta terça para compartilhar a determinação de ambos os países em ajudar a Ucrânia e resolver as suas diferenças sobre Gaza.

- Visita de Starmer aos EUA -

A visita do secretário de Estado americano precede a de Keir Starmer à Casa Branca na sexta-feira, na segunda viagem do primeiro-ministro trabalhista a Washington desde que chegou ao poder no início de julho, após 14 anos de governos conservadores.

Se a "relação especial" entre estes dois países aliados perdurou para além das divisões partidárias, historicamente considera-se que os democratas sempre estiveram mais próximos dos trabalhistas britânicos do que dos conservadores.

Mas para Keir Starmer, um alinhamento total com os democratas poderia ser arriscado dois meses antes das eleições americanas, caso o partido de Blinken seja derrotado nas eleições.

Kamala Harris deu aos democratas uma maior esperança de vitória depois de sua entrada tardia na campanha para substituir Joe Biden e as pesquisas mostram uma disputa acirrada com o candidato republicano Donald Trump.

Keir Starmer repetiu que manteria a posição do seu antecessor conservador, que apoiou fortemente a Ucrânia contra a Rússia.

O Reino Unido é um dos mais importantes apoiadores da Ucrânia.

Por outro lado, Starmer assumiu uma postura mais dura em relação a Israel do que os conservadores.

Na semana passada, o governo trabalhista anunciou a suspensão de cerca de 30 licenças de exportação de armas para Israel, de um total de 350, alegando que havia "um risco" de serem usadas em violação do direito humanitário internacional no conflito contra o Hamas em Gaza.

M.King--AT