Arizona Tribune - EUA sanciona 16 funcionários de Maduro por 'fraude eleitoral' na Venezuela

EUA sanciona 16 funcionários de Maduro por 'fraude eleitoral' na Venezuela
EUA sanciona 16 funcionários de Maduro por 'fraude eleitoral' na Venezuela / foto: Pedro Rances Mattey - AFP

EUA sanciona 16 funcionários de Maduro por 'fraude eleitoral' na Venezuela

Os Estados Unidos sancionaram, nesta quinta-feira (12), 16 funcionários venezuelanos, incluindo a presidente da Suprema Corte, por "fraude eleitoral" e por repressão à oposição, "em uma tentativa ilegítima de se manter no poder pela força".

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O governo do presidente Joe Biden intervém em resposta à "fraude eleitoral", para que o presidente Nicolás Maduro e seus representantes sejam responsabilizados por "obstruir" as eleições presidenciais e "abusar dos direitos humanos", informou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

"Em vez de respeitar a vontade do povo (...) eles se atribuíram falsamente a vitória enquanto reprimiam e intimidavam a oposição democrática em uma tentativa ilegítima de se manter no poder pela força", afirma o comunicado.

Entre os sancionados estão líderes da autoridade eleitoral, da Suprema Corte e "da Assembleia Nacional afiliada a Maduro", além de militares e membros dos serviços de inteligência.

Destacam-se Caryslia Beatriz Rodríguez Rodríguez, presidente do Tribunal Supremo de Justiça; Rosalba Gil Pacheco, reitora do Conselho Nacional Eleitoral; Domingo Antonio Hernández Lárez, o número três das Forças Armadas e responsável pelas operações militares; e Pedro José Infante Aparicio, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional.

Os 16 funcionários "impediram um processo eleitoral transparente e a divulgação de resultados eleitorais precisos", afirma o governo de Biden, que desde 28 de julho solicita a divulgação das atas detalhadas.

As sanções incluem o congelamento dos ativos que os sancionados possuam direta ou indiretamente nos Estados Unidos, bem como a proibição de qualquer pessoa ou empresa americana fazer negócios com eles.

Paralelamente, o Departamento de Estado "toma medidas para impor novas restrições de visto".

Washington afirma que as "táticas de intimidação" do governo venezuelano, incluindo a emissão de uma ordem de prisão contra o candidato presidencial "vitorioso", Edmundo González Urrutia, forçaram-no a deixar a Venezuela e buscar asilo na Espanha.

González Urrutia atuou em nome da líder opositora María Corina Machado, após as autoridades a inabilitarem politicamente, impedindo-a de participar das eleições. Machado permanece na Venezuela e afirma que a oposição ganhou as eleições por uma ampla margem.

- Setor petrolífero -

A proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos desencadeou protestos que resultaram em 27 mortes, cerca de 200 feridos e mais de 2.400 detidos, os quais o líder chavista chama de "terroristas".

Os Estados Unidos já impuseram no passado várias sanções a funcionários venezuelanos, incluindo ao próprio Maduro, acusado de narcotráfico por Washington.

Washington restabeleceu em abril algumas sanções ao setor de petróleo e gás, após suspender as medidas por vários meses como recompensa a Maduro por estabelecer as bases para as eleições.

Washington, no entanto, concede licenças individuais para operar na Venezuela a várias petroleiras, como a americana Chevron e a espanhola Repsol.

Algumas vozes pedem sanções mais drásticas contra o setor petrolífero.

O presidente da Comissão Judiciária do Senado americano, o democrata Dick Durbin, apresentou nesta semana um projeto de lei para acabar com a "fortaleza financeira de Maduro".

"O regime de Maduro utiliza atualmente as receitas petrolíferas, que dependem da participação dos Estados Unidos, para manter seu estado policial", afirma Durbin.

S.Jackson--AT