Arizona Tribune - Presidente mexicana lança plano para combater violência associada ao narcotráfico na fronteira

Presidente mexicana lança plano para combater violência associada ao narcotráfico na fronteira
Presidente mexicana lança plano para combater violência associada ao narcotráfico na fronteira / foto: Jesus GUERRERO - AFP

Presidente mexicana lança plano para combater violência associada ao narcotráfico na fronteira

A nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, apresenta nesta terça-feira (8) o seu plano de segurança que busca combater a espiral de violência que resulta em cerca de 30.000 assassinatos por ano, a maioria deles associados a atividades criminosas transfronteiriças.

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A presidente lançará sua estratégia depois que o prefeito de Chilpancingo, capital do estado de Guerrero (sul), foi decapitado no último domingo, poucos dias após tomar posse.

A violência no México está concentrada em pontos estratégicos (rotas de drogas, fronteiras, portos de entrada dos componentes chineses do fentanil e regiões produtoras de abacate e limão).

Estas são áreas de operação e enfrentamento dos dois principais cartéis do país, Sinaloa e Jalisco Nueva Generación (CJNG).

- Geografia do crime -

Sheinbaum está no cargo há apenas uma semana e a violência não diminui: 12 corpos foram descobertos na quinta-feira no estado de Guanajuato (centro) e cerca de 150 pessoas foram assassinadas em três semanas em Sinaloa (noroeste).

A recente escalada em Guanajuato deve-se a uma "contraofensiva" do cartel de Sinaloa e seus aliados contra o CJNG, que domina a região, explica o especialista em segurança David Saucedo.

Guanajuato é o estado mais violento do México, com mais de 3.000 homicídios em 2023. Esta área também é conhecida por receber investimentos milionários de multinacionais como GM, Mazda, Honda, etc.

Em Chiapas (sul), estado que faz fronteira com a Guatemala e "um importante centro do narcotráfico e tráfico de migrantes", a violência se deve à "incursão do CJNG em municípios fronteiriços que anteriormente eram redutos do cartel rival de Sinaloa", de acordo com o Insight Crime.

Em Guerrero, na costa do Pacífico, diversas máfias disputam o controle da chegada de drogas por via marítima e outras atividades criminosas.

Em Sinaloa, um conflito interno no cartel de mesmo nome causou uma onda de violência, segundo o governador do estado, Rubén Rocha.

Já as cidades fronteiriças com os Estados Unidos, como Tijuana, Ciudad Juárez e Reynosa, estão entre as mais perigosas do mundo, visto que são rotas de tráfico de drogas e de migrantes.

- Sinaloa vs Jalisco -

"Os cartéis de Sinaloa e Jalisco estão no centro" da crise do fentanil, uma droga sintética ligada a dois terços das mais de 100 mil overdoses nos EUA em 2023, segundo Anne Milgram, a administradora da DEA, a agência antidrogas dos EUA.

Ambos "são empresas criminosas mundiais" que compram fornecimentos da China para fabricar drogas sintéticas, controlam "laboratórios clandestinos no México" e "utilizam suas vastas redes de distribuição para transportar drogas para os Estados Unidos", segundo a DEA.

O lucrativo comércio de fentanil adicionou ou substituiu as atividades tradicionais dos narcotraficantes mexicanos.

Ao longo da sua história, os cartéis também conseguiram se associar à corrupção dos funcionários de segurança.

- Qual será a proposta de Sheinbaum? -

Focar nas 10 cidades mais perigosas do país e no estado de Chiapas e atacar a extorsão aos produtores de limão em Michoacán são alguns dos eixos da "estratégia de segurança de 100 dias" que será apresentada pela presidente, segundo a imprensa.

"Vamos reforçar ainda mais a coordenação com os estados, tanto em termos de colaboração, inteligência e investigação", anunciou Sheinbaum na segunda-feira passada.

"Um melhor destacamento policial ou militar não terá efeito enquanto continuar a inação das autoridades responsáveis pela justiça local e federal. Estamos perante um problema de segurança, mas sobretudo de justiça", alerta o especialista em segurança Carlos A. Perez Ricart.

A.O.Scott--AT