Arizona Tribune - Rússia afirma que julgará Trump por suas 'ações'

Rússia afirma que julgará Trump por suas 'ações'
Rússia afirma que julgará Trump por suas 'ações' / foto: Brendan Smialowski - AFP

Rússia afirma que julgará Trump por suas 'ações'

A Rússia afirmou, nesta quarta-feira (6), que julgará Donald Trump, que prometeu acabar rapidamente com o conflito na Ucrânia, com base em suas ações, no momento em que as potências ocidentais temem as consequências para Kiev de seu segundo mandato na Casa Branca.

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"Vamos tirar as nossas conclusões com base nas palavras concretas e em atos concretos" do novo presidente americano, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Ele acrescentou, ainda, que não está a par dos "planos do presidente (Vladimir Putin) para parabenizar Trump pela eleição", uma vez que os Estados Unidos "não são um país amigo".

As relações entre Moscou e Washington estão em seu ponto mais baixo desde a Guerra Fria. "Não temos ilusões sobre o presidente eleito dos EUA", reagiu o Ministério das Relações Exteriores.

Na capital russa, muitos receberam a notícia da vitória de Trump com cautela, afirmando à AFP que esperavam que o magnata cumprisse sua promessa de colocar fim a quase três anos de confrontos na ex-república soviética, sobre a qual lançou uma ofensiva em fevereiro de 2022.

Nos últimos meses, o republicano insistiu que poderia alcançar a paz na Ucrânia em "24 horas", sem explicar como, enquanto questiona a extensão da ajuda dada a Kiev.

Também criticou os bilhões de dólares de ajuda dos EUA à Ucrânia e culpou repetidamente Kiev pelo conflito.

Moscou afirmou que somente aceitará uma resolução do conflito se Kiev abdicar de extensas áreas de seu território.

Depois de Trump ter reivindicado a vitória, a Rússia insistiu em que sua prioridade continuará sendo atingir "todos os objetivos estabelecidos" na Ucrânia. "Nossas condições não mudaram e são bem conhecidas em Washington", afirmou a chancelaria russa.

- "Espero que a situação melhore" -

Na Ucrânia, o Exército de Kiev recua diariamente diante das tropas de Moscou. Nesta quarta-feira, a Rússia reivindicou a tomada de mais duas localidades no leste ucraniano.

Para algumas autoridades russas, o retorno de Trump à Casa Branca representa uma oportunidade para um avanço diplomático. "É possível que haja uma oportunidade para uma abordagem construtiva", disse Leonid Slutski, um funcionário parlamentar de política externa, à imprensa local.

"Espero que a situação melhore na Ucrânia se Trump for eleito nos EUA", disse o engenheiro Alexander, de 48 anos, nas ruas de Moscou.

Muitos russos foram duramente afetados pelo conflito. As sanções impostas à Rússia após sua ofensiva provocaram uma economia volátil e fizeram com que centenas de milhares de pessoas emigrassem.

A tensão também intensificou a repressão contra a dissidência russa.

Analistas políticos russos alertaram, no entanto, que Moscou não deve confiar em Trump para propor um acordo aceitável ao Kremlin. "Haverá um momento de alto risco em que [o republicano] propõe algo que, do seu ponto de vista, é muito favorável para a Rússia, mas a Rússia o vê de forma completamente diferente e rejeita-o", disse o analista e jornalista Georgi Bovt.

Muitas pessoas na Rússia ficaram decepcionadas com o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021.

Ivan, de 50 anos, declarou que é preciso esperar para ver como Trump vai agir no cargo. "Uma coisa é fazer campanha, outra coisa é sentar-se na cadeira e agir", afirmou.

P.A.Mendoza--AT