Arizona Tribune - Secretária do Tesouro americana pede negociações 'diretas' entre EUA e China

Secretária do Tesouro americana pede negociações 'diretas' entre EUA e China
Secretária do Tesouro americana pede negociações 'diretas' entre EUA e China / foto: Mark Schiefelbein - POOL/AFP

Secretária do Tesouro americana pede negociações 'diretas' entre EUA e China

Os Estados Unidos e a China devem comunicar "diretamente" suas preocupações sobre as práticas econômicas, disse a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, neste sábado (8), também pedindo maior cooperação bilateral sobre a mudança climática.

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Yellen está desde quinta-feira em visita de quatro dias à China com o objetivo de reduzir as tensões e buscar áreas de colaboração entre as duas principais potências econômicas do mundo.

Em uma reunião com o vice-primeiro-ministro, He Lifeng, neste sábado, Yellen observou que o comércio bilateral recorde do ano passado é uma prova da importância das relações entre Washington e Pequim.

"Há amplo espaço para nossas empresas participarem do comércio e dos investimentos", disse Yellen a He em reunião na residência diplomática de Diaoyutai, na capital chinesa.

"Quando temos preocupações sobre práticas econômicas específicas, devemos e as comunicaremos diretamente", afirmou.

O vice-primeiro-ministro respondeu lamentando os "incidentes inesperados" que complicaram os esforços para melhorar as relações China-EUA, após uma reunião em novembro passado entre os presidentes Xi Jinping e Joe Biden.

Ele se referiu em particular ao suposto balão de vigilância chinês que foi derrubado em fevereiro pelos Estados Unidos enquanto sobrevoava o território americano.

"Houve alguns problemas na implementação do consenso alcançado pelos dois chefes de Estado", disse o vice-primeiro-ministro, embora tenha prometido "ações concretas" para melhorar as relações após as reuniões de Yellen esta semana com autoridades chinesas, entre elas o primeiro-ministro chinês Li Qiang.

Durante a visita, a secretária do Tesouro enfatizou as áreas em que as duas potências precisam trabalhar juntas, ao mesmo tempo em que defendeu as medidas dos Estados Unidos para "reduzir o risco" de sua economia ante a China.

"Como os dois maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo e os maiores investidores em energia renovável, temos a responsabilidade conjunta e a capacidade de liderar o caminho", disse Yellen em uma mesa redonda de especialistas em Pequim.

"Manter a cooperação entre Estados Unidos e China no financiamento contra a mudança climática é crucial", acrescentou.

- Tensões por Taiwan -

No ano passado, as autoridades chinesas anunciaram uma suspensão temporária das negociações climáticas depois que Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, visitou Taiwan, um território que a China reivindica como seu.

Agora, as negociações podem recomeçar com a planejada visita à China do enviado especial dos EUA, John Kerry, disse uma autoridade dos EUA na sexta-feira.

Além da cooperação em questões climáticas, Yellen afirmou em uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, na sexta-feira, que Washington e Pequim devem se comunicar estreitamente sobre questões econômicas e financeiras globais, assim como desafios internacionais, como a crise da dívida.

Além de se reunir com autoridades envolvidas no financiamento climático, Yellen também conversou com mulheres economistas neste sábado, enfatizando os "fortes laços" entre os dois povos.

"É importante que continuemos a fomentar e aprofundar esses laços", especialmente no momento em que a China reabre sua economia após a pandemia de covid-19.

De acordo com Lindsay Gorman, principal pesquisadora de tecnologias emergentes no German Marshall Fund para os Estados Unidos, resta saber se "questões importantes que se enquadram na categoria de desafios globais", como dívida e cooperação climática, estarão no topo da agenda de negociações.

Antes de suas reuniões com autoridades chinesas, Yellen conversou com empresas americanas preocupadas com a incerteza de fazer negócios na China.

"Qualquer coisa que possa ajudar a melhorar o relacionamento entre Estados Unidos e China ajudará primeiro as empresas, o sentimento de investimento e, em segundo lugar, nos dará mais oportunidades de cooperação", disse à AFP Michael Hart, presidente da Câmara de Comércio dos EUA na China.

F.Ramirez--AT