Arizona Tribune - Onda de calor atinge hemisfério norte com temperaturas extremas e incêndios

Onda de calor atinge hemisfério norte com temperaturas extremas e incêndios
Onda de calor atinge hemisfério norte com temperaturas extremas e incêndios / foto: Tiziana FABI - AFP

Onda de calor atinge hemisfério norte com temperaturas extremas e incêndios

Incêndios na Grécia e Canadá, calor escaldante na Espanha, Itália e Estados Unidos, temperaturas extremas na China e Japão. O hemisfério norte segue sufocado por uma onda de calor que se intensificou nesta terça-feira (18).

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A Europa, o continente com o ritmo de aquecimento mais rápido do mundo, pode registrar recordes de temperatura na ilha italiana da Sardenha.

O recorde atual no continente são os 48,8º graus centígrados, registrados na Sicília em 2021, confirmou na segunda-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU. "Pode ser quebrado nos próximos dias", alertou a agência espacial europeia.

"Sabia que faria calor, ma não tanto. Temos ar-condicionado em nosso Airbnb, faremos um longo descanso esta tarde", disse Emily, uma turista britânica de 24 anos em Roma, onde a temperatura pode chegar aos 42 graus.

Teresa Angioni, farmacêutica em Cagliari, na Sardenha, conta que, para prevenir a desidratação, seus clientes "compram principalmente suplementos de magnésio e potássio e pedem para medir a pressão arterial, que costuma ficar baixa".

Na Espanha, são esperadas temperaturas entre 38 e 42°C em grande parte do centro da Península Ibérica, mas poderiam alcançar 43 ou 44 °C no leste do país, nas regiões da Catalunha, Aragão e Baleares, segundo a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet).

Ante as altas temperaturas, o Ministério do Interior advertiu para o risco de incêndio "muito alto", inclusive "extremo" em algumas regiões do país, como na ilha canária de La Palma, onde os bombeiros combatem um grande incêndio florestal desde sábado.

Cerca de 3.500 hectares queimaram nesta ilha atlântica, segundo autoridades locais, e 4.000 habitantes foram evacuados, embora muitos já voltaram para suas casas.

Também na Grécia, os bombeiros lutavam pelo segundo dia seguido contra incêndios na região de Atenas. O mais violento queimava a floresta de Dervenochoria, 50 quilômetros ao norte da capital, onde 147 agentes trabalhavam com a ajuda de seis bombardeiros de água e um helicóptero.

Em outro ponto, a região de Kouvaras, 40 km a leste de Atenas, um incêndio declarado na segunda-feira se propagou para as localidades costeiras de Anavyssos, Lagonissi e Saronida, frequentadas por veranistas atenienses, e queimou várias casas.

Até mesmo a Suíça foi afetada por estas condições excepcionais. Mais de 200 pessoas ameaçadas por um importante incêndio foram evacuadas no sul do país, devido às chamas declaradas na segunda-feira em Bitsch.

"Estas situações continuarão aumentando em intensidade, e o mundo precisa se preparar para ondas de calor mais intensas", afirmou à imprensa em Genebra um especialista da Organização Meteorológica Mundial (OMM), John Nairn.

O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, alertou que os "fenômenos meteorológicos extremos têm importantes repercussões na saúde humana, nos ecossistemas, na economia, na agricultura, na energia e no abastecimento de água".

Ele insistiu na urgência de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

- "Ameaça para a humanidade" -

Na Ásia, as temperaturas elevadas se alternam com chuvas torrenciais, em parte provocadas pelo acúmulo de água evaporada na atmosfera.

A China registrou a temperatura de 52,2ºC no domingo, na região de Xinjiang (oeste), um recorde para meados de julho. O Japão emitiu alertas para temperaturas elevadas em 32 dos 47 municípios do país.

No Vietnã e sul da China, 250.000 pessoas procuraram abrigos antes da passagem do tufão Talim.

A Coreia do Sul tem previsão de fortes chuvas até quarta-feira. As tempestades dos últimos dias provocaram 41 mortes no país.

A mudança climática "é uma ameaça para a humanidade", afirmou em Pequim o enviado da Casa Branca para o clima, John Kerry, durante uma viagem para estimular a retomada da cooperação na questão ambiental entre Estados Unidos e China, os dois maiores poluentes do planeta.

- Calor "opressivo" nos EUA -

Nos Estados Unidos, mais de 80 milhões de pessoas estavam sob o alerta de uma onda de calor "opressiva" no sul e oeste do país.

No famoso Vale da Morte, na Califórnia, um dos lugares mais quentes do planeta, a temperatura oficial atingiu 52°C no domingo.

Vários incêndios também afetam o sul do estado e já destruíram quase 3.200 hectares. Vários moradores foram obrigados a abandonar suas casas.

No Canadá, mais de 10 milhões de hectares foram destruídos por incêndios desde o início do ano. Na segunda-feira, 882 focos permaneciam ativos, incluindo 579 considerados fora de controle. Dois bombeiros morreram em serviço.

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H.Gonzales--AT